Estudo aponta que a pandemia e maior conscientização sobre saúde mental impulsionaram o consumo de medicamentos.
O Brasil está vivenciando um aumento significativo no consumo de medicamentos para saúde mental. Um levantamento recente, realizado pela empresa especializada em saúde Sandbox, revelou que nos últimos dois anos houve um crescimento de 18,6% no uso de antidepressivos e ansiolíticos.
A pesquisa, que envolveu mais de 600 mil pacientes, mostra que os antidepressivos são os medicamentos mais utilizados, representando 74% do total. Os ansiolíticos, por sua vez, correspondem a 26% do consumo. Em média, cada paciente adquiriu duas caixas de medicamentos por mês.
O que está por trás desse aumento?
Diversos fatores podem estar contribuindo para esse cenário, como:
Pandemia de Covid-19: O período de isolamento social e as incertezas da pandemia impactaram significativamente a saúde mental da população.
Maior conscientização: A sociedade está cada vez mais atenta à importância de cuidar da saúde mental, o que leva as pessoas a buscarem ajuda profissional e tratamento.
Acesso mais fácil aos medicamentos: A maior disponibilidade de medicamentos e a facilidade de acesso a consultas médicas também contribuem para o aumento do consumo.
O que dizem os especialistas?
Diogo de Lacerda, coordenador do Grupo de Referência de Transtornos de Ansiedade e do Humor da Santa Casa de São Paulo, explica que o aumento dos transtornos mentais na população é uma das principais razões para o crescimento no consumo de remédios. "Atualmente, é mais simples buscar ajuda médica e iniciar tratamentos precocemente. As pessoas estão mais conscientes dos sintomas e procuram tratamento com mais rapidez, o que é positivo, mas também eleva o uso de medicamentos", afirma.
E os dados oficiais?
Dados do Ministério da Saúde corroboram os resultados da pesquisa. Em 2023, os ambulatórios da rede pública atenderam mais de 600 mil casos de ansiedade e quase 200 mil casos de depressão.
O aumento no consumo de medicamentos para saúde mental exige atenção e cuidado. É fundamental que as pessoas busquem acompanhamento médico e psicológico para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Além disso, é importante investir em ações de promoção da saúde mental, como programas de prevenção e tratamento, e fortalecer a rede de apoio psicossocial.
FONTE: https://site.cff.org.br/
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